quinta-feira, 5 de dezembro de 2013


Mas ela foi bem mais que um animal de estimação, mais que uma cadela, uma amiga, parte da família. Passou 1 ano e ainda sinto tanto mas tanto a falta dela. Sinto falta dos nossos passeios, das nossas idas à praia, daquelas brincadeiras, de quando não queria sair da água. Sinto falta daquela festa que fazia quando lhe dizia que íamos à rua, e a vagareza com que regressava a casa mas que sempre que eu dizia «então, estás cansada já?» ela parecia entender e começar a andar mais rápido. Sinto falta de ter o apoio dela, de sempre que estava triste ou chorava ela vir para perto de mim e tocar-me com o focinho como se dissesse «não estejas assim, eu estou aqui contigo». Sinto falta até dos nossos segredos, sim porque nós até segredos tínhamos. Porque como não a deixavam dormir comigo, eu escondia-a no meu quarto e ela ficava toda contente. A meio da noite acordava-me porque queria vir para minha beira, e eu levantava-me e ia pegar nela ao colo para a ajudar a subir para a cama. Ela ressonava, mexia-se muito, era pesada, saia da cama, fartava-se de fazer barulho, mas eu não me importava, por ela. Sinto falta de quando lhe dava banho e no fim ela vinha molhar-me toda como se fosse para se vingar, e eu andava atrás dela com a toalha para tentar secá-la. Sinto falta dela e aquela coisa de não poder ver ninguém a comer, sinto falta de partilhar tudo com ela, sinto até de quando punha o focinho nas minhas pernas e babava-me toda enquanto eu não lhe desse mais. Tenho saudades dela, de tudo. Podes não estar aqui, sentada do meu lado, mas no meu coração estarás sempre.
03/03/2003 – 05/12/12 

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